30 maio 2006

Fotos da Festa do Senhor do Calvário

Domingo à noite:

O grupo Time com a sua potente aparelhagem de luz e som
O Baile a começar
A capela de portas abertas
O interior da capela

A festa esteve muito animada.

Parabéns à organização.

25 maio 2006

Festa do Senhor do Calvário

Realiza-se no próximo Domingo, dia 28 de Maio a tradicional festa em louvor do Senhor do Calvário.

Esta festa une o sagrado e o pagão em plena comunhão. Durante a manhã é de cariz religiosa e no período da tarde, para além da habitual visita ao cemitério em honra aos que já partiram, também há convívio, diversão e lazer que se estende até à noite.

O programa é o seguinte:

8:30 Alvorada, seguindo-se a habitual procissão abrilhantada pela Banda Filarmónica de Tibaldinho
11:30 Missa Campal
14:30 Actuação do Rancho Folclórico Lavradores de Cubos
15:30 Actuação das Fantásticas (Grupo de Jovens Abrunhosenses)
21:00 Actuação da Banda Time (Viseu) pela noite dentro

Parabéns aos mordomos que organizam a festa deste ano. São eles: José Alberto Dias Abrantes; José Monteiro Rodrigues, André Manuel Costa Seco e João Carlos Antunes.

A festa realiza-se em recinto aberto e, segundo as previsões o S. Pedro vai ajudar com muito bom tempo.

Estão todos convidados a participar.

22 maio 2006

O gato João

Na Abrunhosa havia um gato muito meigo a quem o dono, por sugestão da mulher e da filha, decidiu chamar João.
Como tinha sempre as portas abertas para entrar e sair quando lhe apetecia, por vezes não estava presente à hora da refeição. Um dos donos ia então à janela chamá-lo dizendo bem alto: “JoooÃÃÃOOOO. JoooÃÃÃOOOO, ANDA COMER…”.

Mas geralmente dava confusão.
Como havia um vizinho também chamado João, que por vezes ajudava nas terras, aproveitando este sugestivo apelo fazia-se logo convidado.

Dizia então o dono do gato: “Mas que raio!!! Chamo o gato, aparece o vizinho. E quando chamo o vizinho, aparece o gato. Arre…”

É por estas e por outras que não se deve dar nomes de pessoas aos animais.

15 maio 2006

Água

A Abrunhosa do Mato é uma terra farta em água. Mas a partir de Agosto, quando a população quase duplica devido à chegada dos emigrantes e há necessidade de maior consumo, o precioso líquido falta nas nossas torneiras. Os lençóis freáticos baixam e a reposição é mais demorada. Para reabastecer os depósitos da rede pública e para que a água chegue a todas as casas são feitos cortes temporários.
Mas numa terra com tanta água é possível encher os depósitos com mais rapidez.
Não se podem fazer mais furos para reforço das captações?
E que tal prolongar-se até à Abrunhosa o ramal que vêm desde o rio Dão e que abastece a Cunha Baixa?

E se construíssem a barragem do Rio Mondego?

A água aí apresada poderia abastecer todo o concelho e até chegar a Viseu.

Como esta situação se repete há tantos anos e nunca mais se resolve é caso para perguntar:

Quando é que a Abrunhosa deixa de passar o verão a conta gotas?

05 maio 2006

Burra teimosa

Há alguns uns anos atrás para ajudar na lavoura, quase toda a gente na Abrunhosa do Mato tinha bois, cavalos, burros ou mulas. Geralmente estes animais tinham residência fixa nas lojas (nome vulgarmente dado às divisões térreas das nossas cassas). Mas alguns eram bastante teimosos...
Certo dia, depois da jorna uma burra teimava em não entrar no curral. O dono insistia, insistia, mas a Bonita não lhe obedecia. Desesperado depois de experimentar em vão todas as artimanhas habituais, começou a tentar empurrá-la para dentro do curral, mas a Bonita com as suas quatro patas bem assentes no chão, não se movia nem um milímetro.
Já muito furioso com a teimosia do animal e com as risadas e sugestões dos entendidos espectadores que hilariantemente presenciavam a cena, decidiu tomar uma posição de força.

Colocou-se debaixo do asno, encostou as suas costas ao peito da Bonita, agarrou-a pelas patas dianteiras, elevou-as do chão e começou a carregá-la para dentro do curral, dizendo:
“podes ser mais esperta do que eu mas, mais força é que não tens”.
Na Abrunhosa o tradicional provérbio “Antes quero um asno que me leve, que um cavalo que me derrube” passou a ter a seguinte variante: “antes quero que o meu dono me carregue para o curral, do que me empurre”.

03 maio 2006

O Cambão

Raro é o poço antigo da Abrunhosa que não tenha ao seu lado um grande esteio de granito. Mas também começa a ser vulgar ouvir os mais novos questionar sobre a sua utilidade.
Os cambões (picotas, cegonhas, balanças, burras, burras- cegas, picanços, saragonhas, varolas, zabumbas, ou zagarelas) são instrumentos de rega e destinam-se a elevar a água do fundo dos poços com maior facilidade.

Constituídos por um esteio robusto que serve de apoio a uma vara grossa, fixada a um eixo no seu topo, estes engenhos funcionam como uma alavanca quase em equilíbrio. Numa das extremidades fixa-se uma vara mais fina com um balde preso na ponta. Na outra extremidade coloca-se um contrapeso (geralmente uma pedra em granito), para o conjunto ficar equilibrado.

Para os pôr a funcionar, basta aproveitar o peso do próprio corpo e alguma energia de braços, puxar a vara fina e o balde até ao fundo do poço, mergulhar o balde na água e enchê-lo. Depois, basta puxar no sentido inverso para se trazer a água à superfície. Com o balde cheio o conjunto fica mais leve (quase em equilíbrio), o que torna o trabalho de elevação da água do fundo do poço mais facilitado.
Esta técnica de regadio já era conhecida na Mesopotâmia no terceiro milénio AC, mas por ser muito utilizada pelos povos Árabes, pensa-se que só no séc.VIII foi introduzida na Península Ibérica aquando das invasões muçulmanas.

Desenho feito na Mesopotâmia - Datação: entre 2200 e 2400 AC

Na última metade do séc. XX, com a introdução das bombas motorizadas e sobretudo no último quartel deste século com a sua vulgarização, esta técnica de rega caiu em desuso.

Mas, com o preço dos combustíveis a aumentar todos os dias, será que os árabes nos irão forçar a utilizar estes engenhos de novo?