21 abril 2007

As Minas da Cunha Baixa

As minas da Cunha Baixa estão implantadas na planície uranifera das beiras, foram encerradas há já alguns anos e são um grave problema ambiental. Constituem um grave risco para a saúde pública.

Inicialmente, a procura de minérios era subterrânea, mas rapidamente passou a fazer-se a céu aberto e em maior escala.

Com o aumento da procura do urânio nos mercados internacionais, devido ao interesse emergente pelo nuclear, este passou a ser o elemento mais explorado.

Os minérios de urânio no seu estado natural, são pobres e de baixa concentração química. Para a sua concentração eram sujeitos a tratamentos de enriquecimento por lixiviação estática (injecção de ácido sulfúrico nos minérios pobres para extrair óxido de urânio), utilizando a corta como cuba de ataque. As soluções eram recolhidas na galeria imediatamente inferior ao fundo da corta para depois se proceder à bombagem para a superfície, onde o urânio era recuperado por permuta iónica em leito fluidizado. As resinas resultantes eram então transportadas para a Oficina de Tratamento Químico (OTQ) da Urgeiriça.

Esta intensa e prolongada actividade, gerou um enorme problema ambiental. O urânio e metais pesados contaminaram a jusante da mina uma extensa área de terrenos agrícolas, que são cultivados pelas populações ao longo de uma linha de água, desde a mina até ao Rio Castelo, que desagua no rio Mondego.

Como resultado da utilização indevida de águas para rega provenientes da estação de tratamento de esgotos da mina, e de nascentes com origem nas escombreiras, os solos foram contaminados.
Há imposições legais que obrigam à requalificação das zonas mineiras, impedindo que se encerrem minas como se fossem meras empresas. Os antigos espaços mineiros têm de ficar como eram antes do início da actividade.

Para tentar minorar este problema, estão previstas obras de remediação ambiental nas antigas áreas mineiras da Cunha Baixa e Poço do Bispo (Cubos).

Os sucessivos governos e a constante mudança das entidades responsáveis, têm gasto o dinheiro do Orçamento de Estado e fundos comunitários destinados a estas acções em: estudos prévios, estudos radiológicos, estudos diversos, projectos, monitorizações, rastreios, amostras, análises de radões, catiões e aniões, etc…

Na Cunha Baixa, até à data, pouco ou nada se fez para minorar este grave problema.
Quantos anos mais vão ter que passar?