21 setembro 2011

Abrunhosa perde 26% da sua população em 10 anos

    A redução de população da Abrunhosa entre 2001 e 2011 deve ter alcançado 26% da população residente, correspondente a 135 habitantes. O número de habitantes da Abrunhosa era em Março de 2011 de 391 pessoas, de acordo com os resultados provisórios do Censo 2011, quando dez anos antes se cifrava em cerca de 526.
   As vagas migratórias ocorridas ao longo de todo o século XX e também XXI, explicam a evolução da população da Abrunhosa. Numa primeira fase a população foi-se mantendo constante, mercê das taxas de natalidade da época, que contrariaram a emigração para o Brasil, África e outros países. Na década de 1960 a saída de Abrunhosenses foi bastante acentuada, sobretudo para países europeus, que veio a ser compensada no pós 25 de Abril, com a entrada massiça de portugueses vindos das ex-colónias. Depois de 1991 voltou a acentuar-se a saída de Abrunhosenses, sobretudo para os novos destinos europeus, Suiça e Reino Unido, e também para a sede do concelho e para o resto do país. 


    A Abrunhosa não tem conseguido estancar a saída dos seus habitantes em idade ativa, por manifesta falta de empregos na aldeia ou no concelho e concelhos limitrofes de que resultou a redução do número de crianças e o consequente fecho da escola primária.
   Uma vez que a estrutura etária da população residente está desiquilibrada, com grande proporção de idosos, espera-se a continuação da diminuição da população devido ao aumento da taxa de mortalidade. Num exercício simples poderemos avançar com uma evolução futura que não andará muito longe da descrita no gráfico seguinte, que na prática significa que duas em cada três casas estarão fechadas.


    Que poderemos fazer para contrariar esta tendência, que tráz prejuízos óbvios do ponto de vista social e também patrimonial, com a completa desvalorização das casas e terrenos de todos nós?
    Participe nas manifestações culturais e recreativas do Centro Recreativo e colabore com a Aldeias do Mondego. Seja pré-ativo.
    Em Março passado a Abrunhosa tinha menos 105 pessoas que a Cunha Baixa. A freguesia foi uma das duas freguesias do concelho de Mangualde que viu a população diminuir mais que 20% (21,7%), no decénio.
    Calamidade semelhante ocorreu nas freguesias limitrofes. Santiago de Cassurrães viu a população diminuir 13,5%, entre 2001 e 2011, em Senhorim diminuiu 20,3% e em Girabolhos, do outro lado do rio, diminuiu 34,2%!

6 Comentário(s):

Blogger Al Cardoso disse...

Infelizmente tem sido a triste sina de quase todas as aldeias da nossa Beira!

Um abraco de amizade dalgodrense.

9:12 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

qual o intuito deste post?
falar daquilo que já todos sabemos?
a preocupação é relativamente aos habitantes, à preservação da nossa aldeia ou ao patrimonio pessoal?
será para promover aldeias do mondego?
nestes tempos de crise repela me um pouco os moralizadores e outros distribuidores de virtude e boa fé sem fins lucrativos.

aqui vai a minha mensagem para a maior parte destes opinadores e afins:
querem preservar Abrunhosa?
começam por limpar regularmente as vossas matas que herdaram, limpar as silvas dos vossos terrenos que passam para os vizinhos e tapam caminhos, restaurem as palheiras e casas que vos pertencem.

isso sim é valorizar a vossa aldeia e o vosso patrimonio, não é uma qualquer associação ou centro que vai fazer esse trabalho que é imprescendivel para nos diferenciar de um ermo.

8:46 da manhã  
Anonymous cristina alves disse...

para ajudar a minorar esta saída inevitavel das aldeias do Concelho, por falta de emprego e de estimulos à fixação de residentes por clara ausência de oportunidades e de desafios, as organizações locais, nomeadamente as publicas, deviam começar o quanto antes a definir acções e objectivos para facilitar quem quer viver e trabalhar na região. para isso bastaria que os interlocutores com responsabilidades locais promovessem iniciativas de estimulo e de fixação de residentes com programas de acção especificos, como por exemplo no apoio ao pequeno empreendorismo, na criação de rotas turisticas e consequente criação de iniciativas locais de emprego, ligado ao ambiente e ao desporto ao ar livre, na especificidade formativa que ajudasse a colmatar lacunas profissionais existentes na zona, no estabelecimento de parcerias com associações recreativas, escolas, centros de saude, IPSS visando o desenvolvimento de programas de acção continuas e de beneficio directo para as populações. tanta coisa poderia ser feita e com muito pouco dinheiro. bastaria arriscar, sentar, conversar e com os recursos existentes, mesmo a nivel dos apoios europeus do QREN tentar fazer alguma coisa. mas isto é que é mais dificil...

12:40 da tarde  
Blogger Alex disse...

O que foi postado é meramente informativo. Serve para que todos reflictamos sobre este problema da desertificação, que é comum a todas as regiões rurais do interior e que na nossa terra, como pôde ver pelos números, se faz sentir com especial intensidade.

“Moralizadores e outros distribuidores de virtude e boa fé sem fins lucrativos”
Devia ter consideração por quem muitas vezes pretere a família e o lazer em prol de causas, perde tempo e dinheiro, para promover e defender a sua terra, através do associativismo.

Quanto aos meus terrenos, os que me tocam e que só me dão despesas, agradeço que me indique a quem recorrer para que os possa limpar. É que já não há quem faça esses trabalhos.
Obrigado

9:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

meu caro,
pelo contrário tenho consideração por quem defende e promove a nossa terra mas concretamente ainda não vi nada.
a minha educação de aldeão ensinou-me que o trabalho começa com o arregaçar de mangas. e já que procuras quem queira arregaçá-las basta só perguntares por aí que de certo vais encontrar.
ainda agora ví vários nas vindimas.

de qualquer forma obrigado por teres permitido a publicação deste post do "contra", o meu descontentamento é geral e não era dirigido para alguem em particular, eramos uma nação de conquistadores que agora faz de tudo para (sobre)viver de assistanato.

9:20 da manhã  
Blogger Jorge A Abrantes disse...

O intuito do post é alertar os Abrunhosenses para aquilo que alguns já sabem mas que nunca é demais relembrar. A Abrunhosa continua a definhar. A preocupação é relativamente aos habitantes, à preservação da aldeia e ao património pessoal, não tanto ao meu, porquanto apenas possuo uma casa e um terreno na Abrunhosa, mas ao património dos Abrunhosenses de um modo geral. E também é meu interesse que o património dos outros se valorize pois isso valoriza a Abrunhosa e logo o gosto em ir à minha terra é maior. A vida de qualquer pessoa tem componente social e material, uns valorizam mais uma que outra, mas no caso da Abrunhosa e deste post a questão social é muito mais importante. A Abrunhosa deixar de ser o que era afeta todos os que gostam dela. Daí ser importante encontrar mecanismos, como diz a Cristina ALves, para tentarmos dar a volta à situação da Abrunhosa, por exemplo através da Aldeias do Mondego, participando nela de forma ativa. Porque não participam?
PS 1: Tenho as matas que possuo limpas.
PS 2: Tenho interesse na Aldeias do Mondego porque gosto da Abrunhosa, porque tenho casa na Abrunhosa e porque gostava que daqui a vinte anos, quando passar nas ruas da Abrunhosa, possa cumprimentar os amigos e os conhecidos e não apenas as pedras da calçada e as casas em ruínas.

10:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Página inicial