Verão Negro de 2010
Este Verão viveu-se em constante sobressalto. Sobretudo no final de Julho e durante a primeira quinzena de Agosto, raros foram os dias em que se respirou ar puro e no horizonte mais próximo não se sentiu a ameaça de grandes incêndios.
Na margem sul do Rio Mondego ardeu tudo desde a ponte que liga a estrada de Nelas a Seia até à ponte Palhês. Daí em diante passou a ser a margem norte do rio Mondego onde o fogo consumiu a floresta das freguesias de Santiago de Cassurrães, Povoa de Cervães, Abrunhosa-à-Velha, Chãs de Tavares e Várzea de Tavares no Concelho de Mangualde. Em São João do Monte próximo de Vila Ruiva, no concelho de Nelas, também ardeu a encosta norte do vale do Rio Mondego.
Ao longe, na encosta de Serra da Estrela durante vários dias avistavam-se linhas de fogo com vários quilómetros de extensão a incinerar o parque natural. Aquele inferno parecia não ter fim.
A Abrunhosa do Mato não escapou à vaga de incêndios deste Verão negro de 2010.
Na tarde de 31 de Julho, com temperaturas a rodar os 40º e algum vento, o reacendimento de um pequeno fogo que deflagrara dias antes, gerou um grande incêndio que rapidamente consumiu tudo que encontrou pela frente, queimando uma extensa área no topo das “Matas da Serra”, até ao limite das Contenças de Cima.
Por volta das 14:15 o sino da Igreja tocou a repique a dar o alerta e a população logo acorreu para enfrentar o fogo. Munidos de pás, enxadas, ramos verdes e tractores agrícolas, os populares lá se foram juntando ao longo da linha de fogo, tentando travar o incêndio ao longo dos caminhos florestais e nas zonas com menos combustível. Atacando-o pela rectaguarda e ao longo dos flancos, sem água e a muito custo, foi um trabalho muito difícil, mas lá foi se avançando no combate, sempre atento aos reacendimentos e às constantes mudanças de direcção do vento que rapidamente tornava o ar quente e irrespirável.
Com a frente de fogo em rápida progressão em direcção a Contenças de Cima, os bombeiros rapidamente se colocaram na sua dianteira, na protecção à aldeia tentando travar a sua progressão.
Na rectaguarda, do lado de Abrunhosa do Mato, onde o terreno é mais acidentado e de difícil acesso, o auxílio foi mais demorado. Só por volta das 18:00 um grupo de sapadores heli-transportado veio finalmente em socorro.
Com pessoal devidamente equipado e com o Rio Mondego ali tão perto, o que permitia descargas de água de helicóptero com uma frequência de 4 minutos aproximadamente (tempo que demorava a abastecer-se de água na levada da quinta da barca e efectuar a descarga sobre as chamas), rapidamente se avançou no combate ao longo da linha de fogo.
Foi uma bênção que veio dos céus. Pena não ter aparecido logo no início do incêndio.
Será possível?!... Este inferno repete-se todos os anos e ninguém promove, como prevenção, acções de vigilância eficazes e a deslocalização de meios de intervenção rápida para à floresta no período de fogos.
Na margem sul do Rio Mondego ardeu tudo desde a ponte que liga a estrada de Nelas a Seia até à ponte Palhês. Daí em diante passou a ser a margem norte do rio Mondego onde o fogo consumiu a floresta das freguesias de Santiago de Cassurrães, Povoa de Cervães, Abrunhosa-à-Velha, Chãs de Tavares e Várzea de Tavares no Concelho de Mangualde. Em São João do Monte próximo de Vila Ruiva, no concelho de Nelas, também ardeu a encosta norte do vale do Rio Mondego.
Ao longe, na encosta de Serra da Estrela durante vários dias avistavam-se linhas de fogo com vários quilómetros de extensão a incinerar o parque natural. Aquele inferno parecia não ter fim.
A Abrunhosa do Mato não escapou à vaga de incêndios deste Verão negro de 2010.
Na tarde de 31 de Julho, com temperaturas a rodar os 40º e algum vento, o reacendimento de um pequeno fogo que deflagrara dias antes, gerou um grande incêndio que rapidamente consumiu tudo que encontrou pela frente, queimando uma extensa área no topo das “Matas da Serra”, até ao limite das Contenças de Cima.
Por volta das 14:15 o sino da Igreja tocou a repique a dar o alerta e a população logo acorreu para enfrentar o fogo. Munidos de pás, enxadas, ramos verdes e tractores agrícolas, os populares lá se foram juntando ao longo da linha de fogo, tentando travar o incêndio ao longo dos caminhos florestais e nas zonas com menos combustível. Atacando-o pela rectaguarda e ao longo dos flancos, sem água e a muito custo, foi um trabalho muito difícil, mas lá foi se avançando no combate, sempre atento aos reacendimentos e às constantes mudanças de direcção do vento que rapidamente tornava o ar quente e irrespirável.
Com a frente de fogo em rápida progressão em direcção a Contenças de Cima, os bombeiros rapidamente se colocaram na sua dianteira, na protecção à aldeia tentando travar a sua progressão.
Na rectaguarda, do lado de Abrunhosa do Mato, onde o terreno é mais acidentado e de difícil acesso, o auxílio foi mais demorado. Só por volta das 18:00 um grupo de sapadores heli-transportado veio finalmente em socorro.
Com pessoal devidamente equipado e com o Rio Mondego ali tão perto, o que permitia descargas de água de helicóptero com uma frequência de 4 minutos aproximadamente (tempo que demorava a abastecer-se de água na levada da quinta da barca e efectuar a descarga sobre as chamas), rapidamente se avançou no combate ao longo da linha de fogo.
Foi uma bênção que veio dos céus. Pena não ter aparecido logo no início do incêndio.
Será possível?!... Este inferno repete-se todos os anos e ninguém promove, como prevenção, acções de vigilância eficazes e a deslocalização de meios de intervenção rápida para à floresta no período de fogos.
Obrigado a todas as pessoas que ajudaram a combater este incendio,que deixaram a sua vida para apagar estas chamas,que se nao fosse estas pessoas a ajudar os bombeiros a combater seria muito pior.Pena é que muita da nossa gente ja não liga a isto, pensam que os bombeiros sao pagos para combaterem os fogos.Mas esquecem se que os bombeiros voluntarios não sao pagos e arriscam a sua vida todos os dias, e as pessoas por vezes nem um obrigado dizem,nem esse simples gesto sabem fazer.Nâo, as pessoas ainda mandam vir com eles, porque não vieram a tempo para salvar a propriedade deles, em vez de perguntem se precisam de algo de beber ou de comer.Obrigado a(s) pessoa(s)que tiraram estas fotos,tao espetaculares.Abraço
Sei que não é o melhor motivo mas tens aqui uma excelente reportagem.
Prabens
Vitor martins
BlackJack,
Tomo com minhas as suas palavras. Aproveito o seu comentário para fazer uma especial menção a enaltecer o trabalho dos bombeiros que não ficou explicita no artigo. Faltou esse merecido e especial agradecimento a eles e a todos quantos acudiram.
De resto os seus comentários fizeram-me recordar uma situação que presenciei num incêndio há aproximadamente 15 anos na Abrunhosa do Mato / Cunha Baixa, em que o primeiro carro dos bombeiros a chegar ao local, penetrou na mata até junto das chamas, desenrolou as mangueiras e, teimosamente, quando se tentou ligar o motor da bomba, nada - É que nem muge nem tuge.
Os pobres bombeiros exaustos depois de vários dias consecutivos de combate a fogos, com equipamentos velhos e sem tempo para manutenção, ainda tiveram que levar com alguns proprietários (bestas) que mais pareciam animais enraivecidos armados em técnicos.
Cumprimentos,
Obrigado amigo Alex, por ter acabado o meu raciocinio.Ainda não lhe tinha agredecido mas agradeco agora, pelo seu trabalho e esforço que por aqui tem demontrado a todos nós.A nossa terra pode se orgulhar por ter um bloq com todas as noticias da nossa terra, que podem ser vistas a qualquer hora e em toda a parte do mundo, os nossos que por motivos mais fortes não passam aqui todos os dias, podem ver e recordar, aqui a sua terra mãe.