As antenas também se abatem, 55 anos depois
Tudo começou em 1957, pouco tempo do inicio das emissões da RTP para todo o país. Uma antena era colocada no telhado da casa de António Abrantes Almeida (António Simão), para que as emissões de televisão chegassem ao televisor Phillips recentemente comprado pelo seu filho Ílidio.
E começou o corropio para casa do sr. António Simão para ver as emissões de televisão na altura apenas um canal e a preto e branco. E era mesmo corropio. A sua esposa Isabel decidiu então que a televisão iria para o andar de baixo, para o "Sótão", onde as pessoas da Abrunhosa poderiam ver televisão sem interferirem consigo.
Dez anos depois o número de televisões na Abrunhosa ainda era diminuto, não devia chegar sequer à dúzia e a casa do sr. António Abrantes Almeida continuava a ser o local onde os Abrunhosenses podiam ver televisão, sobretudo os homens e os jovens.
A televisão nessa época estava limitada a meia dúzia de emissões por dia. Começava com desenhos animados, depois vários programas de que destaco o TV Rural, o telejornal, os programas do Prof Vitorino Nemésio e, depois das dez horas da noite, o teatro, o programa de variedades, o cinema, as séries de televisão, com os filmes de cowboys Maioral, High Chaparral ("e o Trempas") ou Shannandoa ("Xandor"). Ao domingo, para além da tarde de cinema, havia a tourada e mais um filme depois do telejornal. De vez de quando também se via futebol.
O Sótão foi ao longo de décadas um local de convívio dos jovens. No final da década de cinquenta, na década de sessenta e também de setenta, dezenas de jovens ali viam televisão, os mais novos ao domingo, os mais velhos à noite. Os ainda mais velhos jogavam às cartas. De um lado o Sr. Ílídio e o "tio" Manuel do Alfredo, do outro podia ser o sr. Artur Lopes, o sr. Carlos, o sr. José Loureiro, o sr. Cândido, e tantos outros que por lá passavam para um jogo de sueca e uma vista de olhos ao televisor.
A ida de muitos abrunhosenses para França, Alemanha, EUA e outros países fez espalhar algum tempo depois as televisões pelas casas de Abrunhosa e as antenas pelos telhados.
Muitas dessas antenas tiveram agora o seu fim, com as emissões digitais, e isso foi também o que aconteceu com essa primeira antena, pois que as antenas "também se abatem", nem que seja cinquenta anos depois.
E começou o corropio para casa do sr. António Simão para ver as emissões de televisão na altura apenas um canal e a preto e branco. E era mesmo corropio. A sua esposa Isabel decidiu então que a televisão iria para o andar de baixo, para o "Sótão", onde as pessoas da Abrunhosa poderiam ver televisão sem interferirem consigo.
Dez anos depois o número de televisões na Abrunhosa ainda era diminuto, não devia chegar sequer à dúzia e a casa do sr. António Abrantes Almeida continuava a ser o local onde os Abrunhosenses podiam ver televisão, sobretudo os homens e os jovens.
A televisão nessa época estava limitada a meia dúzia de emissões por dia. Começava com desenhos animados, depois vários programas de que destaco o TV Rural, o telejornal, os programas do Prof Vitorino Nemésio e, depois das dez horas da noite, o teatro, o programa de variedades, o cinema, as séries de televisão, com os filmes de cowboys Maioral, High Chaparral ("e o Trempas") ou Shannandoa ("Xandor"). Ao domingo, para além da tarde de cinema, havia a tourada e mais um filme depois do telejornal. De vez de quando também se via futebol.
O Sótão foi ao longo de décadas um local de convívio dos jovens. No final da década de cinquenta, na década de sessenta e também de setenta, dezenas de jovens ali viam televisão, os mais novos ao domingo, os mais velhos à noite. Os ainda mais velhos jogavam às cartas. De um lado o Sr. Ílídio e o "tio" Manuel do Alfredo, do outro podia ser o sr. Artur Lopes, o sr. Carlos, o sr. José Loureiro, o sr. Cândido, e tantos outros que por lá passavam para um jogo de sueca e uma vista de olhos ao televisor.
A ida de muitos abrunhosenses para França, Alemanha, EUA e outros países fez espalhar algum tempo depois as televisões pelas casas de Abrunhosa e as antenas pelos telhados.
Muitas dessas antenas tiveram agora o seu fim, com as emissões digitais, e isso foi também o que aconteceu com essa primeira antena, pois que as antenas "também se abatem", nem que seja cinquenta anos depois.
colocado por Jorge A Abrantes às 8:31 da tarde
Como em Angola não havia TV, a primeira vez que vi televisão foi em 1973. Tinha nessa altura 8 anos de idade e vim passar 6 meses de férias ao Continente.
Nessa altura televisões e carros eram muito poucos. Por sorte na minha casa da Abrunhosa já existia uma televisão. Uma sofisticadíssima Siemens, que apesar de ser a válvulas, tinha incorporada tecnologia de ponta que ainda não vi aplicada nos mais modernos monitores LED. A TV continha no painel frontal uma célula foto eléctrica que media a luminosidade ambiente para regular, automaticamente, o brilho do cinescópio. Na época, era uma bomba da tecnologia Alemã.
Nos anos 70 já existiam dois canais em emissão nos poderosos emissores da Lousã. Mas junto ao ribeiro, onde se situa a minha casa, as ondas mais curtas de UHF nunca chegaram com sinal suficiente à antena. Só com 6 metros de mastro se conseguia vislumbrar as sombras da emissão que desaparecia com o mau tempo, com os motores de rega dos quintais que no verão estavam constantemente a funcionar, ou com a aproximação das motorizadas saches, zundapp e famel, que no final dos anos 70 e durante os anos 80 subiam e desciam constantemente a rua Direita. Essa situação manteve-se com o advento da TV a cores e da chegada da SIC e TVI.
Agora sim, finalmente abateu-se o mastro de 6 metros com duas antenas e amplificadores, que ressoava como uma caixa de viola nos dias de vendaval. No seu lugar ficou uma única mais discreta, presa à chaminé e que funciona lindamente.
Finalmente consigo ver uma única imagem nos 4 canais e sem sombras. Valeu o investimento na antena, cabo e descodificador.
Mas será que vamos continuar a ver apenas 4 canais durante mais outros 50 anos?
Quando é que chega o quinto canal? Quando é que se “abate” o feudo das emissões televisivas exclusivas aos quatro canais e aos operadores privados?