25 outubro 2010

Inveja, ódio, vandalismo ou talvez vingança




A empresa que está a
repavimentar a estrada do alto da cruz até à Abrunhosa tem vindo a ser vitima de alguns gastos não esperados.
Pois para além dos furtos de de gasóleo a que já foi sujeita, neste fim de semana, mais precisamente na noite de sábado 23 para domingo 24, uma das suas maquinas pegou fogo, tendo ficado parcialmente destruída.
As obras mesmo assim não pararam, tendo, para isso, sido substituída a maquina.

06 outubro 2010

Verão Negro de 2010

Este Verão viveu-se em constante sobressalto. Sobretudo no final de Julho e durante a primeira quinzena de Agosto, raros foram os dias em que se respirou ar puro e no horizonte mais próximo não se sentiu a ameaça de grandes incêndios.

Na margem sul do Rio Mondego ardeu tudo desde a ponte que liga a estrada de Nelas a Seia até à ponte Palhês. Daí em diante passou a ser a margem norte do rio Mondego onde o fogo consumiu a floresta das freguesias de Santiago de Cassurrães, Povoa de Cervães, Abrunhosa-à-Velha, Chãs de Tavares e Várzea de Tavares no Concelho de Mangualde. Em São João do Monte próximo de Vila Ruiva, no concelho de Nelas, também ardeu a encosta norte do vale do Rio Mondego.

Ao longe, na encosta de Serra da Estrela durante vários dias avistavam-se linhas de fogo com vários quilómetros de extensão a incinerar o parque natural. Aquele inferno parecia não ter fim.
A Abrunhosa do Mato não escapou à vaga de incêndios deste Verão negro de 2010.
Na tarde de 31 de Julho, com temperaturas a rodar os 40º e algum vento, o reacendimento de um pequeno fogo que deflagrara dias antes, gerou um grande incêndio que rapidamente consumiu tudo que encontrou pela frente, queimando uma extensa área no topo das “Matas da Serra”, até ao limite das Contenças de Cima.

Por volta das 14:15 o sino da Igreja tocou a repique a dar o alerta e a população logo acorreu para enfrentar o fogo. Munidos de pás, enxadas, ramos verdes e tractores agrícolas, os populares lá se foram juntando ao longo da linha de fogo, tentando travar o incêndio ao longo dos caminhos florestais e nas zonas com menos combustível. Atacando-o pela rectaguarda e ao longo dos flancos, sem água e a muito custo, foi um trabalho muito difícil, mas lá foi se avançando no combate, sempre atento aos reacendimentos e às constantes mudanças de direcção do vento que rapidamente tornava o ar quente e irrespirável.

Com a frente de fogo em rápida progressão em direcção a Contenças de Cima, os bombeiros rapidamente se colocaram na sua dianteira, na protecção à aldeia tentando travar a sua progressão.

Na rectaguarda, do lado de Abrunhosa do Mato, onde o terreno é mais acidentado e de difícil acesso, o auxílio foi mais demorado. Só por volta das 18:00 um grupo de sapadores heli-transportado veio finalmente em socorro.
Com pessoal devidamente equipado e com o Rio Mondego ali tão perto, o que permitia descargas de água de helicóptero com uma frequência de 4 minutos aproximadamente (tempo que demorava a abastecer-se de água na levada da quinta da barca e efectuar a descarga sobre as chamas), rapidamente se avançou no combate ao longo da linha de fogo.

Foi uma bênção que veio dos céus. Pena não ter aparecido logo no início do incêndio.

Será possível?!... Este inferno repete-se todos os anos e ninguém promove, como prevenção, acções de vigilância eficazes e a deslocalização de meios de intervenção rápida para à floresta no período de fogos.